quinta-feira, 15 de abril de 2010

Amena e ensolarada tarde de outono. Suave brisa em seu rosto pálido, a caminhar entre as copas daçantes das mesmas velhas árvores. A estrada é longa e a solidão necessária, mas dentro de seu coração brilha a luz daqueles mesmos astros que vem e vão na escuridão dos céus.
A sutileza que carrega o vôo das borboletas chega a ser hipnótica e sabia disso. Mas precisava saber também que nada que conhecia era tão puro a ponto de ser absoluto. E o belo planar encontra seu fim bruscamente, em choque com um veículo à alta velocidade na estrada outrora abandonada. Um modo irônico, rude e preciso de ensinar a uma criança o significado de Vida e Morte. Traumática criança que se vê uma gigante em meio aos mesmos velhos sonhos inocentes.
Nobre símbolo de liberdade, violado pelos cegos olhos daqueles que não vivem e não morrem, mas matam. Matam sonhos, matam esperanças, matam a inocência e a verdade. Assassinos pelo destino, criminosos pela ignorância, continuam a torturar os condenados, que sem direito sequer a uma oração, sofrem e calam.
A palma amiga reconheceu sua solidão naquela pequena pétala que agora despencava de sua glória; e sua fé desacreditada penou a conseguir presenciar o levante da pequena aurora, disforme, retomando a busca pelo seu destino.
A existência da borboleta é muito breve para que ela permita ser vista uma segunda vez. Ela sabia disso. Ela realmente sabia disso. "Siga a trilha das borboletas amarelas", isso é tudo o que ela era capaz de dizer...

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