terça-feira, 25 de agosto de 2009

A Macieira

Ah! Se eu pudesse voltar ao passado... Compreender todo o motivo pelo qual vovó fez aquilo. Eu era tão pequeno e mal sabia desenhar. Meu primeiro quadro, pintado com giz de cera, continha uma árvore. Oh, sim, era uma macieira, como aquela do jardim de Seu Julião.
Abaixo da macieira, um risco cor de palha representava um banco, como aqueles que se vê em pracinhas antigas e no banco, já de cabelos grisalhos, encontrava-se vovó e um menino que poderia ser eu.
O sol brilhava e com ele, as sete cores do arco-íris enfeitavam o desenho. Fora o primeiro que eu fiz. Era domingo e entreguei-o ancioso para vovó. Ela observou atentamente minha obra de arte e momentos depois acabou a borrando com pequenas lágrimas que escorriam de seu rosto. Ora, o giz de cera daquela época não era como os de hoje, com pintura resistente e assim, se desfez toda a pintura.
Fiquei bravo com vovó e voltei para casa triste. Meses depois, ao visitá-la, encontrei-a no jardim à minha espera, sentada em um banquinho cor palha, abaixo de uma jovem macieira. Era uma tarde ensolarada de domingo e reluziam com esplendor as sete cores do arco-íris no céu...

C.S.Stanquini - 23/08/07.

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